Vários paises asiáticos estão criando leis que proibem a conversão religiosa de pessoas, através da coerção ou indução. Estas leis na verdade são destinadas a impedir a evangelização cristã, responsável pela maior parte das conversões religiosas nestes países.

Estes países, em geral de maioria islâmica, punem com rigor variado os muçulmanos que se convertem ao cristianismo. Em outros países como a Índia, onde o hinduísmo faz parte da própria identidade das pessoas, a conversão religiosa também é vista como uma abominação e os convertidos são sumariamente proscritos das suas famílias e comunidades. Para os budistas, que nem mesmo crêm que exista Deus, o evangelismo cristão é visto como uma espécie de agressão cultural e portanto algo a ser também combatido.

Para impedir o que chamam de proselitismo religioso, esses países têm recorrido a expedientes quase sempre injustos, de forma a enquadrar a evangelização cristã como uma atividade ilegal. Os cristãos são acusados de usarem de manipulação psicológica e até mesmo de oferecerem benefícios materiais para converter as pessoas ao cristianismo.

O evangelho cristão, por sua própria natureza revolucionária, cria realmente uma grande tensão social quando pregado em países onde a religião é um forte componente cultural da sociedade, como é o caso dos países asiáticos. Entretanto, ao anunciar o evangelho, o cristão não está simplesmente fazendo proselitismo religioso, mas cumprindo um mandamento bíblico e isto é de difícil compreensão nestes países, onde não existe a liberdade religiosa.

Ao apresentar a Cristo como o único caminho de salvação, o cristão não está sendo arrogante ou tacanho, como vêm a maioria dos governantes e intelectuais de países não cristãos. Ele está apenas reproduzindo a mensagem deixada pelo próprio Cristo, de que Ele é o caminho, a verdade e a vida e que ninguém pode conhecer a Deus senão através dele. (João 14:6) Para quem não conhece a Bíblia e também não conhece o verdadeiro Deus, a exclusividade proclamada por Jesus como o único caminho de salvação espiritual humana é algo inaceitável.

Evidentemente, existem por parte de muitos missionários cristãos um entendimento distorcido da tarefa de evangelização. Muitos evangelistas ainda são enviados para o campo missionário sem conhecer as condições socioculturais das comunidades em que vão trabalhar. Muitos também ainda utilizam métodos agressivos e intimidadores ao anunciar o evangelho. A Verdade do evangelho cristão é realmente libertadora, mas deve ser sempre apresentada com amor e mansidão.

Existe entretanto, por trás das alegações de proselitismo religioso por parte dos governos destes países, um componente político, que passa despercebido até mesmo às nações ocidentais. A maior parte das conversões cristãs nos países asiáticos ocorre entre a população pobre e miserável, que não tem nenhuma esperança de melhoria de suas condições sociais. O evangelho cristão resgata o valor humano e a dignidade destas pessoas, conscientizando-as da condição de injustiça social em que vivem e oferecendo a elas, além de salvação espiritual, a esperança de uma vida mais digna.

Esta mensagem do evangelho cristão evidentemente não agrada aos governantes destes países, aos quais interessa apenas a situação alienada e resignada na qual vivem estas populações. Na Índia, por exemplo, onde ainda persiste um cruel sistema de castas, apesar das alegadas medidas governamentais para sua extinção, existem os chamados Dalits ou "Intocáveis". Trata-se da camada mais miserável da população, que é totalmente marginalizada pela sociedade. Aos Dalits não é permitido beber dos mesmos poços de água ou frequentar os mesmos templos que outras castas e até mesmo usar sapatos na presença de uma pessoa de casta superior.

Os Intocáveis da Índia são relegados aos piores empregos, e vivem em constante medo de serem humilhados publicamente, obrigados a desfilar nus, espancados e estuprados impunemente por membros de castas superiores, que procuram mantê-los nesta situação social. O simples fato de um "Intocável" andar por um bairro de casta superior é considerado uma ofensa grave.

É para estas pessoas, como também para aqueles que não têm liberdade religiosa e para aqueles que nem ao menos ouviram falar em Deus que Cristo estende a mão misericordiosa e nenhuma forma de repressão poderá calar a sua voz. A Igreja no ocidente precisa orar para que sejam levantados homens e mulheres corajosos, capazes de enfrentar a resistência à proclamação do Evangelho.

 Esta não é uma luta contra leis nem contra religiões, mas como lembrou Paulo, é uma luta  "contra os principados, contra as potestades, conta os príncipes do mundo destas trevas, contra as hostes espirituais da iniqüidade nas regiões celestes.espirituais." (Efésios 6:12) 

cada membro FONTE: MISSÃO PORTAS ABERTAS